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Max Cavalera fala de sua participação em música do Apocalyptica.
31 de Maio de 2006

O líder do Soufly, Max Cavalera, concedeu uma entrevista ao Midwest Excess, na qual falou sobre suas raízes musicais, diferenças culturais entre os países e sua participação em uma música do Apocalyptica, grupo finlandês de violoncelos

Max ficou empolgado por trabalhar com Apocalyptica

Você acha que as cenas da América do Sul e da Europa são muito diferentes da cena norte-americana?

Sim. Cada uma traz elementos diferentes. O que eu faço, por exemplo, não seria a mesma coisa se eu tivesse nascido na Europa. O fato de eu ser brasileiro traz toda uma bagagem de coisas diferentes do que se vê em outros lugares. Isso serve pra qualquer localidade. É legal que as coisas funcionem assim, que cada banda tenha sua identidade nacional própria em cima de um estilo mundialmente difundido. De forma geral, sou fã do Paul Simon. Acho o cara excelente. Ele sabe misturar música regional com a música norte-americana. E mesmo assim, você escuta os discos dele e percebe que as raízes dele estão nos EUA.

Qual tem sido sua maior fonte de incentivo para continuar fazendo música após tantos anos?

Bom... tenho de agradecer bastante a pessoas como a Gloria [Cavalera, esposa de Max] por estarem em minha vida. Desisti muitas vezes, como na época em que saí do Sepultura. Fiquei pensando que estava tudo acabado a partir dali, mas a Gloria me ajudou a acreditar que eu poderia voltar ao jogo. Voltei e agora estou totalmente dedicado a isso. A música em si me faz querer fazê-la também. A música, ao contrário do que muita gente acha, para mim serve para invocar sensações. Respeito quem aprende a fazer música de um jeito técnico, mas não tenho saco para isso. Gosto dessa coisa no processo de composição. Dez pessoas têm uma visão diferente sobre um mesmo som, cujo autor vê de uma forma igualmente diferente.

Como foi sua colaboração com o Apocalyptica? Como é trabalhar com uma banda de metal composta apenas por violoncelos?

É empolgante. Não os vi gravarem os cellos, o que me frustrou. Queria estar no estúdio nessa hora. Mas os vi tocando ao vivo em festivais e é incrível. São caras muito legais.

De qualquer forma... aconteceu em Munique. Eu tinha umas quatro horas livres antes de um show e resolvi ir no estúdio gritar para eles. Foi uma coisa meio impulsiva, eu mal ouvi a música. Só notei que era uma ótima canção depois de receber uma cópia da mixagem. Também participei do clipe deles. Gosto dessas coisas, igual à vez que participei do Probot [projeto metaleiro de Dave Grohl, do Foo Fighters]. É bom se manter fazendo uma coisa só, porque quando você é chamado para algo diferente, você acaba tendo boas surpresas.

A Gloria está querendo levar o Apocalyptica na próxima turnê norte-americana do Soulfly, mas isso vai ter de esperar um pouco, porque vamos para a Europa em junho e julho. De toda forma, espero que tudo dê certo, os caras são ótimos no palco.[right]